Quem tem não dá valor, mesmo. Falo de um rio tão próximo da
gente aqui no Vale do Paraíba. A fundação (cultural) Cassiano Ricardo, de São Jose
dos Campos realizou pesquisa musical de violões e violeiros do Vale do Paraíba,
região por onde, obviamente, passa o Rio Paraíba do Sul. Vana Allas, jornalista
formada pela Universidade de Taubaté (na mesma região), escreveu um livro a
respeito que considera um “fotografia musical do Vale do Paraíba” e que mostra
a riqueza cultural desse trecho que vai de Guararema, em São Paulo, a Campos do
Goitacazes no Rio de Janeiro. Publicado em 2002 pela joseense JAC Editora, é um
trabalho que “enriquece a literatura documental regional”, comenta Edmundo de
Carvalho presidente da Cassiano Ricardo à época, embora na prática esteja muito
longe de esgotar assunto tão enriquecedor e tão pouco explorado.
Talvez por sempre ter sido uma passagem de aventureiros em
busca de ouro das Minas Gerais desde o século 16 com as Bandeiras, depois pela
ligação das duas mais importantes cidades brasileiras, São Paulo e Rio de Janeiro,
o Vale do Paraíba não desperta interesse
contínuo em sua exploração intelectual. A cada momento ou local sempre surge um
tema diferenciado que atingiu o ponto máximo com a criação da Embraer (Empresa
Brasileira de Aeronáutica). Vana optou na revelação vale-paraibana por meio das
letras das músicas que falam dela desde a Paranga, de Elpídio dos Santos, a
Renato Teixeira com Morro da Imaculada.
Benedito Veloso - Cadeira nº 8
(Cônego Antônio Borges)
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