quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Ondulações



Caiu um cisco
de poesia
ao sabor do vento
bamboleia

há versos em lugares
errados

há versos em lugares
fechados

Caiu um cisco
de poesia
ao sabor das águas
ondeia

Há versos tão navegáveis...




Autora: Elke Lubitz
Membro da Academia Jacarehyense de Letras.
Cadeira nº 25 



2 comentários:

  1. Esses versos de Elke seguem o mesmo ritmo, estrutura e processo criativo de outro publicado neste blog logo a seguir: "E quanto passo" chama-se. O formato curto do poema transforma-o em uma espécie de mantra que deve ser repetido, repetido, repetido de si para consigo. Com isso, você apossa-se da obra - torna-se proprietário espiritual dela. Como toda arte pura, o trabalho só pertence ao artista até ó término da criação. Uma vez publicado, ele sai de cena e a obra passa a pertencer a quem o aprecia - ao leitor, no caso do poema. Leia-o várias vezes, de vagar, saboreando as palavras e vivenciando as construções. Aos poucos você começa a senti-lo de maneira única. Só sua; exclusiva. Essa é a missão do grande criador de versos. Fornecer a cada um de nós maneiras próprias de sonhar a partir de seus jogar com palavras. É tão importante ler dessa forma quão criar versos, e quando o trabalho é poderoso provoca no leitor a empatia necessária que justifica sua entrega a ele.

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  2. É a missão dos versos, que o leitor tome posse deles e que de alguma maneira se sinta tocado .
    Se alcançarmos um coração e conseguirmos tornar uma só vida mais aberta à beleza da Arte, teremos cumprido nossa missão.
    Gratidão, mestre Veloso.

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